publicado em 01/06/2013 às 04h50.
Crimes banais têm chocado o País. O que está acontecendo?
Rio de Janeiro. Noite do último dia 22 de maio, quarta-feira. Dois cachorros – um pastor alemão e um poodle – foram lançados pela janela do 6º andar de um apartamento da Rua Belford Roxo, em Copacabana. Dezoito metros de queda livre e um estrondo no chão. Os animais, obviamente, morreram na hora.
O arremessador? Um médico ortopedista, que toma remédios controlados e sofre de problemas psicológicos há vários anos. O motivo? Ninguém sabe ao certo.
Na delegacia, visivelmente transtornado, ele diz ter visto um vulto que, segundo ele, “jogou os cães pela janela”.
De acordo com a família, o médico tem histórico de agressividade e já teria atentado contra a vida do próprio filho, de apenas 3 anos de idade. A polícia está investigando. Ninguém sabe direito o que aconteceu.
A sociedade, de um modo geral, ficou consternada com tamanha brutalidade e falta de amor. Eram apenas dois dóceis animais, que mal poderiam fazer?
Um dia depois...
O barulho incomoda. Não se sabe bem de onde vem. Supõe-se que é do andar de cima. O casal de moradores reclama, liga, bate boca. Uma certa confusão se forma.
O morador, por sua vez, revida. Diz que não vem do seu imóvel. E os desentendimentos passam a ser constantes. Viram reclamação por escrito no livro do prédio. Até aí, uma rotina bastante conhecida de quem mora em apartamento. Não se sabe bem quantas farpas os vizinhos trocaram, o certo é que, na noite do último dia 23 de maio (quinta-feira), uma tragédia, jamais imaginada, aconteceu naquele condomínio de luxo, localizado em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo.
Vicente, o morador de baixo, nervoso, grita pela sacada com os vizinhos de cima. Xinga, esbraveja. A esposa pede calma, mas ele diz para ela não se intrometer.
Naquela noite ele não foi ouvido, tampouco, compreendido. Por isso, na sua concepção, resolveu cessar o problema de uma outra maneira.
Pegou o revólver que tinha em casa, carregou com seis balas, subiu um andar, invadiu o apartamento onde estava o casal de vizinhos e a filha deles, de 1 ano e meio e atirou: matou os dois, só poupou a criança.
Desceu novamente, recarregou a arma e avisou a esposa, que estava desesperada ao ouvir os tiros: “Amor, acabou.”
Saiu novamente – deve ter descido uns dois andares de elevador – e ouviu-se, ao longe, mais dois tiros. Fim. Acabara ali mais uma vida. O empresário bem-sucedido e com muitos amigos, deu cabo da própria vida.
Resolveu o problema à sua maneira, do seu jeito. O saldo? Três vidas ceifadas e famílias inteiras arruinadas.
Ninguém entendeu nada. ninguém compreendeu sua atitude. Tampouco a companheira, que viveu ao seu lado por 15 anos.
Cinco minutos deve ter sido o tempo total entre as ações. Cinco minutos marcaram, para sempre, a vida de duas famílias comuns, trabalhadoras e respeitadas em seus meios.
O amor se esfriou?
O que está acontecendo com a humanidade? Onde foram parar o respeito e o amor ao próximo? O amor que tolera, releva, une, compreende, perdoa, se compadece, que dá a outra face, se preciso for, onde está? Para onde foi o amor à vida, à família, aos filhos, ao semelhante?
São perguntas feitas diariamente. Enquanto isso, o amor se esvai, na mesma velocidade que um foguete. Vai se esfriando, minando, dia após dia.
Diante de tanta banalidade, tal preocupação já ronda a esfera pública também.
Tanto que foi lançada no último dia 27 de maio, pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, uma campanha chamada “Conte até 10. Paz. Essa é a atitude”, idealizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que já passou por vários estados brasileiros e tem por objetivo propagar a mensagem de tolerância em situações de conflito, estimulando a reflexão.
A situação é tão grave que somente este ano, no estado de São Paulo, cerca de 490 pessoas foram mortas por razões fúteis. Em 2012 foram mais de 1,5 mil vítimas.
A iniciativa do Ministério Público começou em novembro de 2012 e pretende percorrer o País.
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Mas, por que muitas pessoas têm agido de forma tão cruel, sem nunca – na maioria das vezes – terem sido violentas ou criminosas?
O que está faltando no ser humano para que casos tão assustadores e traumáticos como esses deixem de ocorrer?
Falta Deus, como diz a Bíblia no primeiro e grande mandamento sobre amar a Ele sobre todas as coisas. Nos entanto, as ordenanças bíblicas parecem ter sido cada vez mais desprezadas.
Se as pessoas amassem ao próximo como a si mesmas, certamente repensariam a vida e suas atitudes antes de cometer quaisquer atos, bons ou ruins.
Essa é uma boa hora de reavaliar atitudes, contar, de fato, até 10, antes de tomar qualquer medida em um momento de ira. Isso não quer dizer que seja proibido irar-se, até porque todo mundo se irrita, fica bravo, mas o limite entre ter razão e perdê-la é estreito: “Irai-vos e não pequeis”, diz a Palavra no livro de Efésios 4:26.
Isso significa dizer: você pode, sim, zangar-se, ficar irado diante de coisas que lhe desagradam, contudo, não permita que essa ira tome conte do seu ser e o domine a ponto de cometer atrocidades.
Pense nisso!






